Liberdade no Sangue

Liberdade no Sangue

Liberdade no Sangue

Apesar de ser o estado da federação que mais gerou presidentes durante o regime militar, o Rio Grande do Sul é reconhecido como um estado esquerdista. Berço de figuras políticas lendárias do espectro, de fortes grupos sindicalistas e coletivistas e do movimento da legalidade, a capital Porto Alegre atravessou quatro mandatos consecutivos vermelhos desde a redemocratização e até hoje mantém fortes bases e personalidades de ideologia socialista e comunista atuantes com relevância dentro e fora do estado.
O gaúcho, portanto, carrega historicamente o estigma de progressista.

Movimentos sociais identitários são em geral caracterizados por uma minoria organizada e atuante. Para ganhar relevância, no entanto, é necessário considerável apoio popular. Seriam, portanto, os movimentos progressistas, coletivistas e estadistas pelos quais o RS é reconhecido os verdadeiros representantes dos valores do povo gaúcho? Seria o Rio Grande do Sul a antítese da liberdade?


Passados apenas 13 anos da independência brasileira, em 1835, indignados com a centralização do poder imperial, os gaúchos declaram guerra ao governo nacional. Sob o governo regencial, o Brasil decide manter altas tarifas sobre o charque gaúcho e diminuir imensamente as tarifas sobre os charques uruguaio e argentino. Este desequilíbrio, aliado a um desejo maior de autonomia e liberdade em relação ao poder central leva os gaúchos a iniciarem a Revolta Farroupilha com a invasão de Porto Alegre.


Durante a revolta, os escravos uniram-se aos gaúchos e lutaram bravamente por cerca de 10 anos juntos quando, em 1845, foi assinado o “Tratado de Ponche Verde”, dando final à guerra. Este tratado trouxe uma série e concessões por parte do governo regencial, condicionando-as a cessão das ideias separatistas. Tais conquistas foram mantidas e aprimoradas na proclamação da república, que era o principal desejo dos Farrapos.


O que é mais libertário que a revolta contra um poder central? Enraizado em seu hino, que branda “Foi o 20 de Setembro, o precursor da liberdade…”, o povo gaúcho é de fato caracterizado pelos valores da liberdade, marcado pela Revolução Farroupilha, ocorrida quase 180 anos atrás, e que institucionalmente ficou adormecida durante muitos anos, até que o movimento tradicionalista gaúcho reacendeu a chama da liberdade praticamente um século depois, nos anos 1940.


A Revolução Farroupilha é o grito que vem das entranhas de um povo que clama pela liberdade. Sabidamente, o RS não é um caso isolado. As bases do liberalismo no Brasil são sustentadas por uma série de iniciativas em diversos outros lugares, como o Instituto Liberal, um think tank divulgador de ideias da liberdade fundado no RJ em 1983, o IFL – Instituto de Formação de Lideres, comprometido em formar lideranças, criado em 2005 no estado de MG, o Instituto Mises Brasil, a maior referência de produção de conteúdo libertário do Brasil, fundado em 2007 em SP, o Students For Liberty Brasil (SFLB), a maior organização estudantil pró-liberdade do mundo, entre outros, além de uma série de autores e personalidades como Roberto Campos, Joaquim Nabuco e Nelson Rodrigues. Estes grupos e pessoas mantêm acesa a chama e as ideias da liberdade em um país tradicionalmente estatista, intervencionista e pobre.


Mas não é só pela revolução que o RS se destaca no quesito liberdade: o Instituto de Estudos Empresariais (IEE), de 1984, e a subsequente promoção do Fórum da Liberdade, retornam ao RS o pioneirismo em relação à luta pela liberdade: desta vez, diferentemente de uma guerra, institucionalmente através dos estudos e da diplomacia. O IEE serviu como inspiração e “irmão” para grande parte dos outros movimentos liberais brasileiros, e o Fórum da Liberdade é o palco agregador e de discussões a este respeito a nível internacional.


A Revolução Farroupilha e os movimentos libertários no Brasil têm, em consonância, os mesmos ideais e uma raiz comum: o povo, que luta por suas virtudes para não acabar por ser escravo.


Os princípios e valores compartilhados pela Revolução Farroupilha e iniciativas liberais estão vivas e pulsantes nas veias dos gaúchos, porém são pouco explorados e difundidos. Sufocada por movimentos sociais esquerdistas que, com discursos acolhedores e populistas que geram identificação, e um maior poder de comunicação, fazem uso das estruturas estatais para disseminar suas ideias. Por outro lado, a teoria libertária sofre o descrédito de ser taxada de elitista e pouco agregadora.

O estado mais meridional da federação, tido como ideologicamente socialista, tem, portanto, suas bases morais sólidas em ideais de liberdade, igualdade e humanidade – inclusive, representada em seu brasão – e é um dos berços mais consistentes do liberalismo no Brasil.


A fim de consolidar as bases teóricas do liberalismo e explorar a inconformidade dos gaúchos que trazemos o IFL a Gramado e Canela, que formam o coração da Serra Gaúcha, uma região referência no turismo nacional, que têm em sua história características empreendedoras, onde os ideais autoritários nunca se criaram. Como um exemplo que deu certo, queremos nos posicionar como um dos pilares de formação de lideranças e das ideias de liberdade na região Sul.

Autores:

Felipe Masotti:

Engenheiro Civil formado pela UFSC, NYU (NY) e UPM (Madrid) e Mestre em Gestão de Negocios pela UPM, MIP (Milão) e TUM (Munich). Empreendedor no ramo imobiliário, de negocios e construção com experiências em engenharia, tecnologia, turismo e startups.

Felipe Lucena de Oliveira

Cirurgião Dentista e empresário. Vice Presidente de Serviços da ACIC (Associação Comercial e Industrial de Canela). Mestre em Odontologia e pós graduado em Gestão e Marketing.

O IFL é referência na formação de líderes engajados em promover um país próspero e livre!

Entre em Contato

IFL Brasil © 2024 Copyright | Todos os Direitos reservados